quarta-feira, 20 de abril de 2011

Pra Lembrar

A gente precisa às vezes viver ao lado de uma pessoa que está passando pelo que a gente já passou, pra relembrar a dor, e lembrar de continuar tentando mudar aquilo que precisa ser mudado.

As vezes a gente precisa relembrar a dor, pra não mais aceitar menos do que merece ou gostaría de ter. Pra lutar. Pra seguir adiante.

Por que a memória é curta.

Preciso lembrar.

domingo, 3 de abril de 2011

O mundo é...

um lugar hostil pra pessoas românticas. Simplesmente é.
O mundo hoje é para pessoas práticas. Pessoas independentes. Donas de seus narizes. O mundo é pra pessoas que pensam em si mesmas e sabem ser fortes.
Ser romântico é fazer-se vulnerável. É entrega. É risco. E a cada dia este risco parece maior.

Romanticos são loucos desvairados!

quinta-feira, 3 de março de 2011

O que te faz feliz?

"A felicidade é uma coletânea de momentos alegres."
"A felicidade mora nas pequenas coisas."
"Só vou ser feliz quando tiver minha própria família."
"Eu preciso estar rodeado de amigos pra ser feliz."
"Felicidade é ter grana."
"Eu encontro felicidade em Jesus Cristo."
"Felicidade é ter sucesso."
"Você me faz feliz."
"Ah, eu era tão feliz."

Essas são algumas poucas frases que já ouvi a respeito da felicidade. Fiquei pensando e acho que o que faz a gente feliz define muito a gente. Define nossa identidade. Nossa felicidade gira em torno de nossos gostos, nossas aspirações, nossa criação, nossa memória, nossos medos... Se você sabe o que te faz feliz, deve ser porque você sabe quem é.

Tô aqui tentando fazer minha lista pra colocar nela o que ME faz feliz. Não as coisas que os OUTROS tentam me convencer que me fazem feliz. É uma linha meio difícil de delimitar, às vezes.

E você? O que te faz feliz?

Tatiana

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Da ditadura do prazer e o direito a felicidade

Há um tema que tem se tornado recorrente na cabeça das pessoas que se propõe a refletir um pouco a respeito da vida, a ditadura do prazer.

Não são poucas as crônicas, artigos e livros que tenho lido e que defendem nosso direito de ficarmos tristes e melancólicos. A maioria deles responsabiliza a vida moderna por esse nosso apego à felicidade. Terça pela manha, li um destes textos do Arnaldo Jabor no site do Estadão - A alegria é um produto de mercado - em que ele afirma que "Hoje em dia é proibido sofrer. Temos de "funcionar", temos de rir, de gozar, de ser belos, magros, chiques, tesudos, em suma, temos de ter "qualidade total", como os produtos." Essa visão se parece com a de Z. Bauman que já comentei em outro post.

Giles Lipovetsky em seu livro A felicidade paradoxal, descreve o tempo atual dizendo que:
 "A vida no presente tomou o lugar das expectativas do futuro histórico e o hedonismo, o das militâncias políticas; a febre do conforto substituiu as paixões nacionalistas e os lazeres, a revolução. Sustentado pela nova religião do melhoramento contínuo das condiçoes de vida, o maior bem-estar tornou-se uma paixão de massa, o objetivo supremo das sociedades democraticas, um ideal exaltado em todas as esquinas."
Concordo com os autores, existe realmente uma ansiedade generalizada por se atingir este estado de alegria, de sucesso, de perfeição que, a meu ver, acabam tendo um efeito contrário ao da felicidade. Uma busca desenfreada pelos momentos de prazer acabam por fazer os espaços entre eles extremamente dolorosos, o que nos empurra em busca de outro momento, e mais outro, e mais outro.

Acontece que nós sabemos que a insatisfação é inerente ao ser humano. Já que não precisamos mais caçar ou arar campos para comer, sobra mais tempo para se pensar no quanto a vida é vazia e buscar maneiras de preencher este vazio. Aí o capitalismo encontrou campo fértil, como tem sido comum se colocar, mas também encontraram campo as igrejas oportunistas, os gurus, os lançadores das mais diversas modas. Tudo serve de entulho pora ser jogado no buraco da existência. Nesta perspectiva, a melancolia, como sentimento que fomenta o recolhimento e a reflexão, serve de ferramenta para o pensamento.

Não dá pra negar que a melancolia é linda de certa maneira. Muitas das coisas mais lindas criadas foram produzidas por melancólicos, deprimidos e afins. Eu mesma, que me aventuro a fazer um pouco de poesia, escrevo com mais paixão nos momentos mais dolorosos. Mas do mesmo jeito que sou contra essa busca pela perfeição, pela "qualidade total" como colocou Jabor, também sou contra essa idéia de culto à tristeza.

Primeiro, acho que poucos melancólicos fazem destes períodos momentos de reflexão que resultem em melhor compreensão da vida, fazendo dela melhor. Tem que ter talento e habilidade para entender que a tristeza pode ser usada como forma de auto-conhecimento. Segundo, a mim parece que este culto à melancolia está se convertendo num movimento contra "a opressão do mercado". Se estão todos indo para um lado, eu vou para o outro.

Não consigo entender uma vida que vá adiante sem uma alternância saudável entre os estados de alegria e de tristeza. Prefiro o otimismo patológico, mas aproveito os momentos de melancolia para aprofundar minhas análises. Melhor sermos meio mussarela, meio calabreza. Cíclicos. Porque depois que se desce, é presciso subir para não se afogar.

"A aceitação do incompleto é um chamado à vida.", escreveu lindamente Jabor. Mas, por favor, não me venha querer tirar o direito de ser feliz.

Tatiana

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110222/not_imp682684,0.php

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Do sentido da vida.

Ontem entrei num debate com uma pessoa querida a respeito do sentido da vida. Ela tentava colocar a culpa da falta de sentido na vida louca e solitária que se vive em São Paulo. Num determinado momento, coloquei que a vida em si realmente não tem sentido mesmo, e que somos nós que colocamos objetivos a serem alcançados que nos dão um motivo pra seguir adiante. Tem gente que coloca a vida profissional como objetivo, tem gente que coloca a vida familiar, umas pessoas vão fazer trabalho voluntário enquanto outras vão encher a cara, pra esquecer. A resposta dela para mim foi "Credo!".

Eis que esta na noite, voltando pra casa, liguei na radio CBN e o tema do dia no programa No divã do Gikovate foi justamente este "O que fazer quando a vida parece perder sentido?"

Gikovate começa dizendo que a vida não tem mesmo muito sentido e que quando começamos a nos questionar a este respeito é porque a gente lembrou que a vida é assim, fato que só acontece quando estamos deprimidos. Segundo ele, quando estamos bem, tendemos a ir "tocando a vida" e não pensamos muito sobre ela, pois o pensar sobre as circuntâncias da vida é algo muito dolorido. Achei interessante ele comentar que nosso problema é que não temos a capacidade de viver por viver.

Entre outras coisas ele comenta ainda a respeito do sentido buscado pelo consumo, um pouco na linha do que comenta Z. Bauman no livro Vida para Consumo que já mencionei aqui.

O programa é interativo e Gikovate responde a questionamentos dos ouvintes. Vale a pena ouvir e meditar a respeito do sentido que queremos dar a nossas vidas.

Segue o link para o programa gravado no dia 14 de setembro de 2010.
http://cbn.globoradio.globo.com/programas/no-diva-do-gikovate/2011/02/06/O-QUE-FAZER-QUANDO-A-VIDA-PARECE-PERDER-O-SENTIDO.htm

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Será culpa de Hollywood?


Na escola aprendemos na aula de filosofia que nós seres humanos somos seres sociais, que fomos feitos para viver em grupos. Não se pode negar que nossas relações humanas tomam muito tempo de nossa energia, seja física ou psíquica. As relações amorosas, então, nem se fala. São “O” motivo pra muitos papos, discussões e desabafos.
Nas ultimas semanas especialmente, tenho ouvido muito meus amigos discutirem a respeito. Pessoas queridas com relacionamentos de mais de uma década se separaram. Eu mesma passei por este processo alguns poucos anos atrás e o papo sempre vai pro “O que foi que deu errado?”. Tem gente que acha que é a convivência e os problemas diários que acabam com a relação. Tem outras que acham que é a falta de respeito do outro para com a nossa individualidade. Culpa-se a falta de dinheiro, a rotina, as diferenças de gostos e pontos de vista, a natureza pouco monogâmica do ser humano, a falta de tesão e por aí vai. Sempre há um motivo. Mas será que não somos nós mesmos o motivo? Nossa incapacidade de enfrentar as dificuldades, de dialogar, de ceder também?
Eu olho para meus pais casados há 40 anos. Lembro dos momentos de crise que pude presenciar, da falta de dinheiro, da desconfiança, das brigas, mas quando vejo os dois hoje, passeando de mãos dadas, com os filhos criados, a situação financeira estável, namorando feito adolescentes, eu os invejo e admiro e penso, talvez nossa geração simplesmente não tenha paciência.
Talvez sejamos muito individualistas e não tenhamos paciência pra adversidade. Tudo o que eu ouço as pessoas dizerem é, “eu”, “meu espaço”, “minha rotina”, “meus amigos”, “meus habitos”, “minhas manias”, “eu”, “eu”, “eu”. CLARO, não estou dizendo que as relações não acabem, que não tenhamos o direito de mudar de idéia se uma escolha foi errada, ou se simplesmente tivermos a vontade de vivermos só pra gente. Hoje a gente é livre para escolher, coisa que não era há poucas décadas. Mas será que não estamos fazendo algo errado?
Ou talvez, simplesmente esse negócio de relações longevas seja para os pinguins imperadores e o que a gente tenta viver é um sonho romantizado. Talvez a culpa seja dos contos de fada que nunca passaram do momento da consumação do encontro entre principe e princesa e nos deixaram “no vácuo” sem saber o que esperar depois. Talvez a culpa seja de Hollywood!
Eu tinha uma receitinha na cabeça de como as coisas funcionavam. Falhou. Talvez Vinicius estivesse certo, “Que não seja eterno...” mas mesmo ele viveu em busca...
Quem conseguir entender, por favor, me explique!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

"Adeus Ano Velho...

...Feliz Ano Novo. Que tudo se realize, no ano que vai nascer. Muito dinheiro no bolso, saude pra dar e vender!"

Ano Novo. Hora de fazer o balanço. Fazer novas promessas que nunca são novas de verdade. Renovam-se as esperanças de que este ano a gente cumpra com aquelas antigas novas promessas. Um misto de melancolia , pelo tempo que se foi, pelo que não se viveu, com alegria pela crença do novo amanhecer. Crença no agora vai!

Muita gente não liga. Muita gente acha isso bobeira, afinal é só um dia, e na segunda a vida é exatamente a mesma. Ainda assim, eu adoro. Adoro esse ar fresco. Mesmo que imaginário. Adoro pensar que serei uma pessoa melhor e mais feliz com a virada do calendário. A gente precisa disso. Precisa acreditar em recomeços. Precisa formar uma idéia na mente, pois sem a idéia não vem a ação. Sem a idéia, não vem a realização.

Por isso, vista sua roupinha branca. Suba na cadeira para comer as lentilhas. Coma as sete uvas. Coloque a semente de tâmara na carteira. Encha-se de esperança. De energia. E acredite que este ano vai ser diferente, porque vai ser mesmo, se você quiser.

Paz e Feliz Ano Novo!

Tati

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Será que é tão dificil...

levar uma vida boa e tranquila? Onde haja amor e amizade? Onde as pessoas são sinceras com seus sentimentos e consequentemente com a gente? Onde haja confiança e com ela o respeito à individualidade de cada um? Onde haja liberdade?

As vezes isso parece impossivel.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Chega uma hora...

...que o que é velho cansa. Que cansa olhar pra trás. Cansa a nostalgia. Cansa o retrô. O Trash 80´s. Cansa de lembrar dos velhos amigos e de lamentar as perdas. Aí a gente só quer que a vida ande pra frente, porque cansou de adiar os planos, de adiar os sonhos, e a vontade de ir vem forte.

A vontade de seguir adiante, de construir uma estrada boa rumo a um lugar bom.

Quando isso acontece, não se pode ficar.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

And yet, another year...

Caracas, 38 anos. Eu achava que gente de 38 era velha. Não me sinto velha. Vivo, sobrevivo, como, durmo, bebo, trabalho, até me divirto. Já não passo noites viradas dançando, mas avanço na madrugada em um bom papo com um bom amigo e boa musica. Não bebo mais vinho Chapinha, nem vodka Jivago. O tempo já investido no trabalho permite algum desfrute. Existe um olhar mais crítico sobre as coisas e menor disposição para abrir mão de mim em prol dos outros.

Somar anos não é ruim. Ruim é somá-los e não aprender as lições. É cometer os mesmo erros. É perder o gosto pelo novo. É ter medo da mudança.

Feliz aniversário para mim :-)