sábado, 22 de outubro de 2011

Pelo direito da mulher independente de SER mulher

Pois bem, cá estamos nós. Pavimentamos o caminho aberto pelas nossas mães a partir dos anos 60. Conquistamos dinheiro, respeito, liberdade, livre-arbítrio. Passamos a ser multi-tarefa. Trabalhamos, estudamos, cuidamos da casa, fazemos cursos de inglês e espanhol, praticamos natação e aprendemos a cultivar hortinhas orgânicas dentro do apartamento. Trocamos nossas lâmpadas, chuveiros e pneus, e se não conseguimos fazer isso sozinhas, chamamos um marido de aluguel. Um Pereirão que, por ironia, é mulher na novela. Pois é, com tudo isso minha amiga Denise soltou um desabafo em sua página no Facebook "ser tão independente às vezes cansa..."

Sim amiga, cansa. Mas não é ser dona do próprio nariz que cansa. Não é ter direitos. Não é ter livre-arbitrio. Não é mandar embora de casa o "encosto" que já não se importava com a nossa felicidade. O que cansa é ter que ser sempre uma muralha forte.

Porque somos independentes parece que não podemos esmorecer nunca. Perdemos o direito à fragilidade. Sabe aquele, "Ah, ela não precisa de nada. Ela se vira. Ela é super independente."? Pois é, será que é tão dificil para os outros, nossos familiares, amigos, companheiros (e companheiras) perceberem que a gente também quer colo? Que a gente às vezes não quer ter que decidir nada e só quer se deixar levar? Que a gente não se importa de dividir as responsabilidades com outra pessoa? Que a gente quer e gosta de gentileza? Que a gente não quer ser O companheirão, mas A companheirona. Que a gente tem sonhos? Caramba!

Nós não queremos andar pra trás em nossas conquistas, só queremos nosso de direito a sermos mulheres também. Direito a chorar, a nos sentirmos frágeis, a querer largar tudo, mesmo sabendo que daqui a pouco, vamos sacodir a poeira e botar a casa em ordem, porque a gente é assim. Direito a um descanso.

Por isso lanço a campanha, pelo direito da mulher independente de ser mulher!