sexta-feira, 30 de abril de 2010

Just Let Go

Estava tentando traduzir a expressão que dá título a este post. Let go. Pensei em expressões similares como "Abra mão", "Deixe ir", "Deixe partir". Ela acaba sempre dando uma ideia de desprendimento, de deixar que algo se afaste e vá, ou mesmo que você se entregue a algo como em Let yourself go. Não, este post não é uma aulinha sobre expressões idiomáticas. O que me interessa em Let go é justo essa idéia do desprendimento.

Pense, "Abra mão", "Deixe ir", "Deixe partir"", "Entregue-se". Muitas vezes só de pensar no que elas representam já dá medo. Como é que a gente abre mão de algo? Como é que a gente deixa algo ou alguém partir, como é que a gente se entrega? A questão é que essa expressãozinha em inglês sintetiza o medo da gente de mudar. A gente tem um apego tão grande às coisas que é assustador.

Ser parte de algo, preservar algo ou a relação com alguém são coisas boas. Cultivar a memória, eu acho bom e importante. Mas olhe para os seus outros apegos.

Quando foi a ultima vez que você trocou de corte de cabelo?
Quando foi a ultima vez que você pediu um sabor diferente de pizza?
Você já conseguiu se livrar daquele vestido velho de 10 anos atrás que você achava que um dia ainda ia usar?
Você diz querer que seus filhos cresçam e sejam independentes, mas parou de controlar cada passo que eles dão com medo de perder seu lugar na vida deles?
Você está se sentindo mal no emprego que tem, mas está disposto a passar pelo estresse que é ter que aprender tudo de novo?
Você deixou de se aventurar em alguma situação com medo de parecer ridículo?
Quantas vezes você olhou pra trás cheio de saudosismo e disse, "Ah, naquele tempo..."

E o apego às emoções? Esse pra mim é o pior. A gente chega mesmo a ser viciado em certas emoções ou sentimentos, não sei qual seria o melhor termo, mas e o apego ao medo, ao ciume, à raiva, à baixa auto-estima... Você está se defendendo de que? E o apego aquele "amor" que você sente pelo mundo? Um mundo pelo qual você dedica tudo, mas de quem não recebe nada em troca? Coitado de você! Eu conheço uma pessoa assim, e dá dó ver como ela se escraviza.

Eu estou falando pra você que é errado ter raizes e referências? Que a gente tem que sair por aí vivendo loucamente e experimentando de tudo? Não, afinal a gente é a soma do que viveu, a gente precisa de uma noção de quem é.

A questão é, você está vivendo onde? Neste mundo ou no passado? Ou num mundo que você criou pra se proteger? Você está ganhando o que com isso? O que você vai contar para os seus netos?

Avalie os seus apegos, abra espaço para emoções novas, abra -se para o novo, nem que seja pra poder dizer que é da pizza de mussarela mesmo que você gosta.

Dê-se a chance. Just let go.

domingo, 25 de abril de 2010

Falar

 
Falar é completamente fácil
quando se têm palavras em mente
que expressem sua opinião.

Difícil é expressar por gestos e atitudes
o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 19 de abril de 2010

domingo, 18 de abril de 2010

Ser Feliz ou ter Razão

É uma coisa engraçada, a gente vive em busca de gurus, filosofos, livros de auto ajuda, mas é curioso como o que a gente precisa saber, está sempre a nosso alcance, a gente é que não enxerga. Meu irmão hoje discutia com a namorada o que o mestre do Kung-Fu Panda (sim o desenho) estava querendo dizer em uma determinada cena. Numa outra ocasião uma outra amiga ficou repensando seu comportamento depois de assitir à comédia Sim, Senhor (Yes Man) com o Jim Carrey e se perguntava se ela mesma não havia virado uma pessoa que havia se fechado para a vida e se não deveria aprender a dizer sim. Do mesmo modo que eu, alguns dias atrás fiquei fazendo uma reflexão depois de ver um filme.

Pode ser num filme, pode ser numa música, pode ser num livro, numa conversa com amigos, até mesmo com a ajuda dos gurus, a "verdade", e uso aspas porque ela é diferente para cada um, está sempre alí, na nossa cara, e a gente não enxerga. Bom, pelo menos até estar pronto para ela.

Uma verdade me arrebatou esta semana. Esta vozinha dentro de mim disse, "Se uma coisa não traz felicidade, ela não vale a pena." Caramba! Parece pouco? Não é! É essencial. É forte. Se uma coisa não traz felicidade, ela não vale a pena.

Pare e repare quantas coisas você faz que não te deixam feliz? Quantas vezes você faz as coisas porque alguém te falou que aquilo era bom, que aquilo era o certo? Quantas vezes você abaixou a cabeça com medo da rejeição de alguém e acabou se sentindo pior do que se tivesse sido realmente rejeitado porque aquilo, no final do dia, não mudou a opinião daquela pessoa a seu respeito.

Pior, quantas lutas você trava por coisas que não vão te trazer felicidade? Entra numa discussão que não vai levar a lugar nenhum, ou sucumbe a suas próprias fraquezas, ao seu medo, a seu egoismo para defender um ponto de vista que pode não estar certo também?

Não, a felicidade não vem fácil, a gente tem que saber ceder, tem que saber valorizar o que tem, tem que saber perdoar os próprios erros e os erros dos outros também. Principalmente a gente tem que ter coragem. Coragem pra largar aquilo com que está acostumado e que, apesar de fazer a gente sofrer, não abandona porque acha que a vida é assim mesmo.

Não, a vida não é assim mesmo.

Parafraseando o poeta, "Nada vale a pena se a felicidade é pequena!"

sábado, 17 de abril de 2010

Um Outro Olhar

Tem horas que uma imagem diz mais que ml palavras, não é o que se diz?

Desde jovenzinha, e digo jovenzinha mesmo, lá pelos 13, 14 anos, eu sinto atração pela fotografia. Meu pai tinha uma câmera Yashica de plástico azul daquelas que a gente vira o filme com o polegar pra bater a foto, e que foi meu primeiro instrumento de experimentação. O que era um hobby caro, passou a ser uma forma bem mais acessível de expressão com a chegada das câmeras digitais. E a partir de hoje vou compartilhá-la um pouco aqui também.

Eu tenho interesse especialmente por paisagens urbanas, estruturas de aço e concreto, imagens que demonstrem o impacto do tempo e que tenham textura basicamente. Me interessa também a imagem dos momentos comuns de pessoas comuns. Não costumo retocar minhas fotos, de forma que podem haver fotos de má qualidade técnica, mas pra mim, o que importa é registrar o momento.

Mais das minhas fotos podem ser vistas no link http://br.olhares.com/tatisister

Hope you enjoy it.

Tati


segunda-feira, 12 de abril de 2010

About Julie & Julia

Este final de semana assisti o filme Julie e Julia. O filme, dirigido por Nora Ephron traz Meryl Streep e Amy Adams nos papéis de Julia Child e Julie Powell. Segundo diz a sinopse, o filme é baseado em duas histórias reais. Ele conta a história de duas mulheres que em períodos e lugares diferentes, encontram na culinária uma das suas grandes motivações na vida. O site do filme o classifica como um filme sobre amor, esperança e inspiração.

Amei o filme. Amei especialmente por ver a história de duas pessoas vivendo uma paixão. Não só paixão amorosa - ambas eram muito bem casadas - mas paixão por algo. Julie, a mais jovem, chegando aos 30anos, se vê naquela tipica crise do, "caramba o que eu fiz até agora?" . Aquela crise que quem tem mais de 30 anos conhece bem, quando você não tem mais a desculpa da juventude pra justificar seus fracassos e a vida adulta se tornou irrevogável.

Para lidar com esse período e encontrar uma motivação na vida, Julie resolve fazer duas coisas que ama, cozinhar e escrever. No caso ela se propõe um desafio : fazer todas as receitas do livro de culinária de Julia Child em um ano, e escrever a respeito disto em um blog. É bem legal.

Eu que estou a três anos de chegar aos 40 (ai que medo me dá este número), fiquei pensando. Será que estas crises passam, pra começo de conversa, ou a gente tem uma a cada década? Depois fiquei aqui me questionando onde está aquele entusiasmo das personagens por algo? Se eu quisesse me propor um desafio como o das personagens do filme, qual seria?

Enfim, o que me ficou na cabeça foi, quantas pessoas são realmente capazes de dizer do que gostam? Quantas pessoas conhecem tão bem o que as faria pular da cama da manhã cheias de entusiasmo? O que eu vejo ao redor são as pessoas cumprindo tarefas que não as preenche verdadeiramente. A gente até gosta do trabalho às vezes, como as bem sucedidas amigas de Julie no filme, mas muitas vezes a satisfação que as pessoas conseguem em um emprego cessa com o contrato de trabalho. E aí?

Minha questão é, você sabe do que é feito? Você sabe onde fica o pote de ouro no fim do seu arco-iris? Já parou pra analisar suas motivações e o por que você faz as coisas como faz?

Talvez seja hora de levantar estas questões. As histórias do filme são reais. Can you do as well?

Boa reflexão.

P.S. o filme é puro e delicioso entretenimento e parece que já está disponivel em DVD. Basta googar o titulo pra saber mais.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Quer saber?

É melhor ser alegre que ser triste.

Hoje eu acordei me sentindo bem. Sem motivo nenhum. Simplesmente acordei bem. Hoje pela manha eu senti que nao tinha motivos pra ser triste. E comecei bem o dia.

Ai me perguntei qual a nossa natureza. Somos naturalmente alegres ou tristes?

Com o passar do dia, o mood voltou aos patamares normais. Nem alegre nem triste. E de novo me perguntei. Somos naturalmente alegres ou tristes?

Sei lá. O que eu sei é que "é melhor ser alegre que ser triste, a alegria é a melhor coisa que existe..."

domingo, 4 de abril de 2010

Aceitar o quê?

Uma vez eu li que estar apaixonado faz a gente ver só o melhor no outro. Talvez sim. E se a pessoa não conseguir ver o melhor no outro? O que isso quer dizer? Que ela não está apaixonada?

Meu irmão, comentando sobre seu próprio namoro me falou uma coisa que me fez pensar. Segundo ele "esse negócio de aceitação não existe. Ninguém aceita o outro como é. O que a gente faz é tolerar. Os dois têm que saber contemporizar. Têm que ceder."

Se nem a mãe da gente aceita a gente como é, se nem a gente se aceita como é, acho que ele tem razão. O que será que isso quer dizer? Será que adianta tentar "agradar" a uma outra pessoa?

Pois é, pelo jeito a vida era mais fácil quando os casamentos eram arranjados e feitos por conveniência. A gente hoje casa por amor, graças a Deus, mas vive inseguro.

Amor é uma coisa maravilhosa de se sentir. Que alegria, que beleza, que cores no mundo. Mas relacionamentos são tão complicados...