domingo, 28 de março de 2010

Ansiedade

De repente parece que você está jogando futebol em Quito, o ar rarefeito, o coração disparado. Ao mesmo tempo, uma eletricidade roda pelo corpo. Você não consegue ficar sentado, a cabeça a mil, difícil de se concentrar. Você precisa fazer alguma coisa. Precisa falar, correr, mas se vê impedido. Uma angústia grande te consome. Você fica irritado. Briga, chora.

Muitos são os males modernos. Ansiedade é um deles.

A ansiedade nasceu para ser um sinal de alerta e nos preparar para uma possivel situação de perigo e tomar atitudes necessárias para lidar com a ameaça. Mas isso é na biologia!

A psicóloga Olga Tessari, explica em seu site que ansiedade é gerada pelo choque de exigencias conflitantes, pela mania de perfeição, por não querer magoar os outros, por medo das críticas, medo de errar, por preocupações excessivas entre outras coisas. Os disturbios de Ansiedade passam pela ansiedade generalizada, ansiedade induzida por drogas ou por problemas médicos, disturbio do pânico, disturbios fóbicos e transtorno obsessivo compulsivo.

Segundo o Dr Antonio Egidio Nardi, no disturbio de ansiedade generalizada a ansiedade e a preocupação são intensas e de dificil controle, desproporcionais à situação e podem ser sobre as mais diversas questões como saúde, dinheiro, relacionamentos...

Por que eu estou escrevendo sobre isso? Porque sempre fui ansiosa, e as pessoas sempre me olharam de cara feia por isso, "ai como você é irriquieta, não consegue ficar parada". Como se eu não quisesse ficar parada, olhando para o nada, despreocupada. E como é dificil controlar seu ataque. Se ela vem acompanhada de um medo, de repente eu choro e ponto, ligo pra alguém que gosta de mim pra me acalmar.

No trabalho acontecem umas ansiedades boas até. Um monte de energia aplicada num trabalho que me dava prazer me ajudou a passar pela primeira fase de uma separação muito dificil.

Tenho andado num momento de extrema ansiedade. Ansiedade causada por um medo decorrente de uma situação de incerteza e por me sentir impedida de expressar sentimentos. Tem sido extremamente doloroso.

Mas assim é. A gente vai tentando lidar. Terapia, atividade física, acupuntura, meditação. chorar, gritar. Tentar controlar as reações às fontes de ansiedade. Se seu caso demandar, medicação também. Nunca foi meu caso.

Ansiosos do mundo, canalizai toda esta energia, ou ela vos consumirá, e do ladinho dela, te espera a depressão. Isto se ela já não estiver instalada.

Mas aí o problema fica para outro post.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Human

how much?
how long?
why?
why does
it hurt
so much
for so long?

Why aren´t I that strong?
that focused?
that admirable?
Why am I so human?
so dependent
so insecure
so lost

Why aren´t I
like my internet profile?
Carefully thought
Planned
Flawless

The perfect hair
The perfect light
The superior feelings
Hobbies and habits

I dont need no touches
I´d rather look bad
and have a chance
to feel
to be human
and burn
and live through

Never trust a perfect person
Those never get fixed

segunda-feira, 8 de março de 2010

Enforcada nas cordas da Liberdade

Acabei de ler um texto muito bacana da jornalista Eliane Brum no site da revista Época. Nele, Eliane conta sobre a expectativa que está passando ao decidir deixar uma vida certa e segura para se aventurar em seu sonho de escrever. Adorei a expressão que ela usou de que decidiu se " enforcar nas cordas da liberdade".

No texto Eliane traduz sua liberdade como ter tempo. Tempo para fazer o que quiser, quando quiser. Sim, ter tempo é um sonho de liberdade. Tempo para aproveitar a vida, fazer o que gosta, estar com quem se ama. Ela fala também sobre a realização de um sonho. Um sonho de infância traduzido na escrivanhinha Xerife que comprou e que parece ser o pré-requisito necessário para tornar-se escritora.


A gente acha que vai ser livre se tiver tempo. Se tiver dinheiro. Se sair daquele emprego sufocante. Se largar aquele relacionamento que já não dá certo. Se sair debaixo das asas dos pais. Se viajar o mundo. Se comprar uma motocicleta. Se for para a praia surfar todos os finais de semana.

Liberdade. Que palavrinha mais interessante. Todo mundo a deseja, mas pouca gente sabe o que realmente ela significa, no que implica, ou sequer está preparado para ela. Não, eu também não sei o que é essa tal de liberdade. Tenho minhas teorias e traduções para ela, mas ainda não cheguei ao meu formato final. Nem acho que este formato exista, ou seja fixo. Já me senti muito livre estando presa no emprego, num relacionamento, nos horários. E muito presa estando livre, também.

Achei o texto da Eliane Brum gostoso de ler. Me deu vontade de revisitar minhas coisas e colocar tudo o que é velho de lado. Me fez começar a pensar no que EU traduzo como liberdade. Porque no final. O que a gente acha é o que conta.

Tatiana

O texto completo chamado "Escrivaninha Xerife" está disponível no site da Revista Época