segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

CIUME PATOLÓGICO

Talvez extremo, mas interessante...

Em questões de ciúme, a linha divisória entre imaginação, fantasia, crença e certeza freqüentemente se torna vaga e imprecisa. No ciúme as dúvidas podem se transformar em idéias supervalorizadas ou francamente delirantes. Depois das idéias de ciúme, a pessoa é compelida à verificação compulsória de suas dúvidas. O(a) ciumento(a) verifica se a pessoa está onde e com quem disse que estaria, abre correspondências, ouve telefonemas, examina bolsos, bolsas, carteiras, recibos, roupas íntimas, segue o companheiro(a), contrata detetives particulares, etc. Toda essa tentativa de aliviar sentimentos, além de reconhecidamente ridícula até pelo próprio ciumento, não ameniza o mal estar da dúvida.

Entre absurdos e ridículos, há o caso de uma paciente portadora de Ciúme Patológico que marcava o pênis do marido assinando-o no início do dia com uma caneta e verificava a marca desse sinal no final do dia (Wright, 1994). Mais absurda ainda é a história de outro paciente, com ciúme obsessivo, que chegava a examinar as fezes da namorada, procurando possíveis restos de bilhetes engolidos (Torres, 1999).

Os ciumentos estão em constante busca de evidências e confissões que confirmem suas suspeitas mas, ainda que confirmada pelo(a) companheiro(a), essa inquisição permanente traz mais dúvidas ainda ao invés de paz. Depois da capitulação, a confissão do companheiro(a) nunca é suficientemente detalhada ou fidedigna e tudo volta à torturante inquisição anterior.
Os portadores de Ciúme Patológico comumente realizam visitas ou telefonemas de surpresa em casa ou no trabalho para confirmar suas suspeitas. Os companheiros(as) desses pacientes vivem dissimulando elogios e presentes recebidos ou omitindo fatos e informações na tentativa de minimizar os graves problemas de ciúme, mas geralmente agravam ainda mais.

O que aparece no Ciúme Patológico é um grande desejo de controle total sobre os sentimentos e comportamentos do companheiro(a). Há ainda preocupações excessivas sobre relacionamentos anteriores, as quais podem ocorrer como pensamentos repetitivos, imagens intrusivas e ruminações sem fim sobre fatos passados e seus detalhes.

O Ciúme Patológico é um problema importante para a psiquiatria, que envolve riscos e sofrimentos, podendo ocorrer em diversos transtornos mentais. Na psicopatologia o ciúme pode se apresentar de formas distintas, tais como idéias obsessivas, idéias prevalentes ou idéias delirantes sobre a infidelidade. No Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), o ciúme surge como uma obsessão, normalmente associada a rituais de verificação.

E continua em http://gballone.sites.uol.com.br/voce/ciume.html

Ridículos Humanos I

“ Oi, amor.” Um beijo.
“ Oi.”
“ Tudo bem?”
“ Tudo...”
“ Nossa que entusiasmo...”
“ A gente precisa conversar.”
“ Sobre?”
“ Sobre nós.”
“ Sobre nós? Por quê? Algum problema?”
“ Por quê? Você não quer conversar?” Ironia.
“ Como assim, não quero conversar? Você nem me falou sobre o que quer falar!”
“ É, você sempre evita as nossas conversas.”
“ To aqui, ué! Fala!”
“ Tenho pensado muito.”
“ Sei.”
“ E acho que não dá pra continuar.”
“ Que conversa é essa?”
“ É, não confio em você. Eu sei que você mente pra mim.”
“ Minto sobre o quê? O que foi agora?” irritação
“ A gente ta conversando, já vai se descontrolar?”
“ Tô de boca fechada, basta você me explicar que papo é esse!”
“ É isso, eu não confio em você e eu preciso confiar pra me entregar na relação. Mas não adianta falar que você não entende!”
“ Não entendo mesmo!”
“ Você me esconde coisas! Eu sei a verdade!”
“ Verdade? Mas que verdade? Pelo amor de Deus!”
“ Você ta me traindo!”
“ Tá louca? Eu te traindo? A gente ta junto o tempo todo!”
“ Não adianta mentir, ela me disse?”
“ Ela quem, ser humano?”
“ Minha taróloga!”
“ Pronto! Era o que me faltava!”
“ Ela não erra nunca, e analisando bem seu comportamento recente, esse seu descontrole, tá claro que ela tá certa!”
“ Como você quer que eu não me descontrole? Você julga quem eu sou por conta de cada coisa! Por quê você tem tanta dificuldade em aceitar o simples fato de que eu te amo?”
“ Não usa essa frase, é muito forte...”
“Ah, cala a boca!”
“ Nossa como você é grosso! Vai começar a gritar comigo agora? Vai perder o respeito?”
“ Ah, tá! Você é a pessoa mais indicada no mundo pra falar em respeito. Tá certo!”
“ Você sempre faz as coisas pra me afrontar!”
“ O quê?”
“ É isso mesmo! Por quê você não pára de falar com seu melhor amigo? Eu sei que ele não gosta de mim! Eu te peço, e ainda assim, você faz o quê? Vai jogar bola com ele!”
“ Eu jogo bola tem 12 anos, como eu posso fazer isso pra te afrontar?”
“ Não é possível que não seja pra me afrontar!”
“ Sem comentários.”
“ E eu até sei quem é a vagabunda.”
“ Que vagabunda?”
“ Você tá me escutando?”
“ Ah é, esqueci que eu te traio!”
“ Ah! Ta irônico, é? Eu vi as mensagens no seu orkut!”
“ Meu amor, pode ter certeza de que se eu fosse te trair, não ficaria anunciado no orkut!”
“ Tá vendo como você é mal intencionado? Já até sabe o que fazer?”
“ Mulher, você tá com algum problema?”
“ Você é o meu problema! Suas mentiras, seu egoísmo, essa droga do seu cachorro que engravidou a minha Vidinha! Eu não tenho mais amigos, nem emprego! Não agüento mais! Pensa que eu não sei que você me acha gorda?”
“ Tá de TPM?”
“ Tô!” chorosa.
“ Quer um chocolate?”
“ Quero um Talento verde.”
“ Tá aqui, pronto. Te amo cabeçuda.”
“Eu também te amo.”
E viveram felizes por mais 3 semanas.
(Tati Sister)