segunda-feira, 8 de março de 2010

Enforcada nas cordas da Liberdade

Acabei de ler um texto muito bacana da jornalista Eliane Brum no site da revista Época. Nele, Eliane conta sobre a expectativa que está passando ao decidir deixar uma vida certa e segura para se aventurar em seu sonho de escrever. Adorei a expressão que ela usou de que decidiu se " enforcar nas cordas da liberdade".

No texto Eliane traduz sua liberdade como ter tempo. Tempo para fazer o que quiser, quando quiser. Sim, ter tempo é um sonho de liberdade. Tempo para aproveitar a vida, fazer o que gosta, estar com quem se ama. Ela fala também sobre a realização de um sonho. Um sonho de infância traduzido na escrivanhinha Xerife que comprou e que parece ser o pré-requisito necessário para tornar-se escritora.


A gente acha que vai ser livre se tiver tempo. Se tiver dinheiro. Se sair daquele emprego sufocante. Se largar aquele relacionamento que já não dá certo. Se sair debaixo das asas dos pais. Se viajar o mundo. Se comprar uma motocicleta. Se for para a praia surfar todos os finais de semana.

Liberdade. Que palavrinha mais interessante. Todo mundo a deseja, mas pouca gente sabe o que realmente ela significa, no que implica, ou sequer está preparado para ela. Não, eu também não sei o que é essa tal de liberdade. Tenho minhas teorias e traduções para ela, mas ainda não cheguei ao meu formato final. Nem acho que este formato exista, ou seja fixo. Já me senti muito livre estando presa no emprego, num relacionamento, nos horários. E muito presa estando livre, também.

Achei o texto da Eliane Brum gostoso de ler. Me deu vontade de revisitar minhas coisas e colocar tudo o que é velho de lado. Me fez começar a pensar no que EU traduzo como liberdade. Porque no final. O que a gente acha é o que conta.

Tatiana

O texto completo chamado "Escrivaninha Xerife" está disponível no site da Revista Época

domingo, 31 de janeiro de 2010

Para viver melhor

As vezes a gente precisa buscar alguma orientação. Estas frases sairam das "Cem recomendações para a vida" do mestre budista Hsing Yun. Eu escolhi 5 que eu achei lemas para a vida. Outro dia posto outras. Há recomendações para todas as areas da vida, achei interessante.

Só a humildade gera o bem. A arrogância não traz mais do que desvantagem.

A raiva não resolve problemas. Somente uma mente tranquila e pacífica pode ajudar você a lidar com a vida.

Demonstre coerência entre atitude e pensamento. Não seja iluminado na teoria e ignorante na prática.

Faça tudo com boa intenção, verdade, sinceridade e beleza.

Cumpra suas promessas.

Aqui já tem trabalho pra caramba! As demais estão disponiveis no link no final do texto.

Boa meditação!

Tati

www.dharmanet.com.br

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Porque os Casais brigam?

Trecho retirado de um ensaio de Francisco Bosco na revista CULT ed.142.

As discussões carecem de objetividade sob todos os aspectos; elas são tortas, sinuosas, indiretas, mas por essas vias acabam chegando a algum lugar. Todo mundo já pode notar que uma discussão que começa a respeito de um ponto simples e objetivo vai parar, horas depois, em velhos ressentimentos, ou mesmo se demora infinitamente em destrinchar minúcias do problema, cada um defendendo seu ponto, entrincheiradamente, enquanto a discussão, longe de se resolver, se agiganta, se complexifica, se agrava. É claro que essas discussões (como toda discussão, pois há sempre um imaginário em jogo, mas em nenhum lugar um imaginário mais suscetível do que no amor) são um espetáculo da erística, e é aí que elas se afundam indefinidamente. Mas o que está em jogo não é tanto superar o adversário que é o outro, como superar o adversário que é comum : a fadiga, o ressentimento. A dificuldade maior, o problema interno, inominável, das discussões é precisamente como terminá-las sem que haja um vencedor, e sim dois.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Pra 2010

Este ano não vou escrever um texto longo e reflexivo. Deixo que o Paulinho Moska fale por mim. Feliz Ano Novo!


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Tempo

Quanto tempo uma pessoa é capaz de perder na vida em culpa, medo, arrependimento?
Quanto tempo ela perde em inercia?
Em não perceber que a vida é essa, é finita e que, pra se fazer o que é certo, o que lhe faz bem, é agora ou nunca?
As vezes a vida toda... Aí já é tarde.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Um pouco do Amor em Bauman

Estou lendo atualmente Vida para Consumo de Zygmunt Bauman. Muito interessante o livro. Ele descreve como em nossa sociedade de consumo, o homem também virou mercadoria. Não vou entrar aqui em detalhes a respeito das idéias que cobrem áreas tão diversas quanto trabalho, relações humanas, mercado de consumo, e por aí vai.

O que me interessa aqui é a perspectiva que ele coloca do amor e da dificuldade que as pessoas tem em investir em relacionamentos na sociedade atual. As pessoas esperam obter em suas relações pessoais o mesmo tipo de satisfação obtida em suas relações de consumo e uma vez que o "objeto de consumo" torna-se imperfeito ou não plenamente satisfatório, este é rejeitado e substituido.

Segundo ele "A criação de um relacionamento bom e duradouro, em total oposição à busca de prazer por meio de objetos de consumo, exige um esforço enorme." E cita Ivan Klima, que compara o Amor a uma obra de arte,

é a criação de uma obra de arte... Isso também exige imaginação, concentração total, a combinação de todos os aspectos da personalidade humana, sacrifício pessoal por parte do artista e liberdade absoluta. Mas acima de tudo, tal como se dá com a criação artistica, o amor exige ação, ou seja, atividades e comportamentos não-rotineiros, assim como uma atenção constante à natureza intrinseca do parceiro, o esforço de compreender sua individualidade, além de respeito. E, por fim, ele precisa de tolerância, da consciênscia de que não deve impor suas perspectivas ou opiniões ao companheiro ou atrapalhar sua felicidade.

Faz a gente pensar, não?

Eu não acho que a gente deva ficar em uma relação em que é infeliz, mas que eu vejo muita gente desistindo logo na primeira dificuldade, isso vejo.

Agora, se você leu isto tudo, e tudo o que conseguiu pensar foi que, justamente seu parceiro não te enxerga, seu parceiro não quer ficar com você, seu parceiro não te respeita, não faz nada destas coisas bonitas nas palavras de Ivan Klima, é porque certamente VOCÊ, leva com este parceiro (ou parceira), uma relação utilitária.

Dê o primeiro passo, talvez você seja capaz de ser mais feliz também.

Tati Sister

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Eu achava que sabia

Eu achava que sabia tudo. Achava que sabia o que era preciso pra um relacionamento ser feliz. Descobri que não sei tudo, e isso não é ruim. We live we learn. We love we learn. Ja cantava Alanis Morriseti.

Eu achava que o amor era tudo, que bastava ele existir, mas o que aprendi é que não basta amar, é preciso saber amar. E isso implica em ser feliz com a felicidade do outro, implica em tolerancia, em cuidado com o ser amado. Se a felicidade do outro não traz felicidade, se não há cuidado com aquele nosso bem mais precioso, não acredito que seja amor.

É preciso dialogo também, e isso não quer dizer só pronunciar palavras, mas sim conseguir abrir os ouvidos, porque a gente se fecha em nossas posições, só escuta o que é capaz ou quer ouvir.

É importante saber calar na hora certa.

É preciso saber perdoar. Ao outro e a si mesmo.

É preciso saber que do outro lado tem um ser humano. Que também tem fraquezas, erra, mas também acerta e pode estar com a razão.

É preciso sonhar com um futuro juntos.

É preciso conseguir viver o presente com alegria.

É preciso admirar a pessoa amada.

É preciso manter a sedução acesa pra gente não virar parente.

E acima de tudo, é preciso amar a si mesmo. Quem não ama a si mesmo, coloca no outro o peso de amar por duas pessoas e culpa o outro por não ser capaz de fazê-lo feliz. E isso é desumano.

I'm human and I need to be loved. Just like everybody else does. (The Smiths)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Troféu Abacaxi - Gambiarra na Pacha

Gente, definam tortura. Se você foi à Gambiarra na Pachá este final de semana, você sabe do que eu estou falando.

Tudo começou na entrada, uma hora para pegar uma comanda escrita a mão com seu nome e o valor da entrada. Mas até aí tudo bem, a gente vai encontrando os amigos na fila e ainda tá com energia e na expectativa de uma boa balada. Uma vez lá dentro, conseguir uma bebida era uma tarefa digna de Missão Impossível. Você tinha que rezar pra que o barman fosse com a sua cara e pra que, depois de pegar sua tão sofrida bebidinha, nenhum cliente desesperado não te derrubasse na ânsia de ocupar seu lugar junto ao balcão. A música estava razoável, mas nada de especial, a animação dependia do nível alcoolico do ocupante da pista de dança. Pessoas como eu que não enchem a cara por que dirigem, não pareciam assim animadas.

O ponto alto foi a saida. Me senti num abatedouro! Haviam apenas 4 (sim quatro) caixas disponíveis para pagamento com cartão, sem contar que a soma das comandas era feita a mão. Uma loucura, considerando que a Pachá é lugar pra milhares de pessoas. Eu entrei na fila para pagar minha comanda às 5h45 da manhã e saí de lá por volta das 7h e 30. Só não foi pior porque depois de quase 1h e meia de espera, peguei minha comanda, juntei meu dinheiro com o da minha amiga e paguei no caixa reservado para pagamento em espécie, peguei meu carro, fui até um caixa eletronico e voltei para resgatar a pobre que estava já quase desmaiada de cansaço e sede, já que fecharam os bares e as pessoas não tinham nem agua para beber. Havia ainda umas 100 pessoas na nossa frente quando voltei para buscar minha amiga.

O momento mais triste da noite nesta fila não foi só o desrespeito aos clientes, mas a violência de alguns seguranças que espancaram com uso de um cacetete um casal de rapazes por estarem se beijando. Gente, aquilo era uma festa Gambiarra, que normalmente atrai um grande público gay, não fez o menor sentido aquela violência. Mesmo que a balada fosse predominantemente hetero (o que não era aquela noite), nada justifica aquele tratamento. Fiquei chocada e entristecida. Quem estava na fila ficou sem reação e com medo de fazer qualquer coisa e apanhar também. Triste.

A Gambiarra é uma boa festa, mas infelizmente, não deve ser realizada em lugares como a Pachá, onde os públicos são tão diferentes, onde predomina uma visão de mundo careta, retrograda e que não condiz com a harmonia, a mente aberta e o espírito de diversão do pessoal que frequentava a festa nos tempos de Hotel Cambridge.

Espero que a organização da festa tome mais cuidado ao escolher o próximo local. Troféu Abacaxi pra Gambiarra na Pachá.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Da força humana

Estava aqui pensando. Quantas vezes a gente ouve alguém dizer que admira alguém pela sua força. Pelas suas realizações. Pelas suas conquistas. Cheguei até a comentar sobre isso no meu post de ano novo. Até que, de repente, olho ao meu redor e algumas pessoas muito próximas, e posso dizer bastante comuns, resolvem fazer coisas que certas pessoas julgariam um feito inatingível para elas.

A primeira foi minha mãe, que cinquentona, gordinha e sedentária resolveu que iria fazer o Caminho de Santiago de Compostela. Pra quem não conhece, sabe aquela peregrinação do Paulo Coelho no livro Diário de um Mago? Pois este mesmo. Eis que a minha mama resolveu ir. Ela nunca tinha viajado ao exterior, não fala nenhuma lingua estrangeira, nunca fez nada sem seu marido, mas disse que ia, e foi! Foram 2 meses de ausência da minha mama pequenina caminhando pelo norte da Espanha. Um monte de gente não acreditou, não apoiou, mas ela fez sua caminhada. Forte?

Outra é uma grande amiga, Luciana, que recentemente cruzou o Canal da Mancha. Um ano de treinos exaustivos, 20 quilos perdidos, uma tentativa fracassada, 12 horas de agua gelada. Tornou-se a sexta mulher brasileira na história a completar a travessia. Era uma aparente loucura, podia ter morrido de hipotermia, mas resolveu ir, e foi. Forte?

Essas duas mulheres, não são mais fortes que as outras pessoas. As duas voltaram com suas experiências, com a mudança trazida pela vivência que tiveram, mas em outros aspectos continuam as mesmas. Com suas inseguranças, seus medos, seus hábitos, sua rotina. Voltaram ao trabalho e a vida continua. Não, não estou dizendo que não fizeram nada de mais. Fizeram sim, e muito! Apesar de seus medos, elas nao se dobraram a eles, nem às opiniões contrarias, nem às aparentes adversidades. Elas simplesmente fizeram o que quiseram, quando quiseram, do jeito que quiseram.

Ser capaz de vencer os próprios medos e ter opinião própria é o que faz estas duas pessoas "fortes". Não é preciso caminhar 30 dias ou nadar 12 horas, o esforço delas demandou resistência física, mas demandou um esforço psicológico sem o qual não teriam cumprido seus objetivos.

Por isso, não se desaponte se você nunca tiver um feito que entre pra algum livro de recordes. Seu monte Everest, seu grande desafio pode ser simplesmente ser capaz de manter suas opiniões. Ter coragem de agir de acordo com seus princípios. Ou fazer algo que gosta. Se você for capaz de entrar sozinha na aula de dança de salão, apesar da vergonha. Parabéns! Se você for capaz de não abaixar a cabeça pra tudo o que diz o seu chefe se for algo com que você discorda. Parabéns! Se você tiver coragem de aos 45 anos finalmente ir fazer aquele curso de psicologia que você sempre quis, apesar de uma estável carreira como advogado. Parabéns!

Saiba, o esforço é tão grande quanto os treinos exaustivos da minha amiga Luciana. Mas você pode sim encher a boca e falar com orgulho. Eu fiz.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Conto de Fadas do Sec XXI

Essa minha irmã me mandou por email e eu não resisti. Muito engraçadinho...

Era uma vez uma linda moça que perguntou a um lindo rapaz:
- Você quer casar comigo?
Ele respondeu: - NÃO!
E a moça viveu feliz para sempre, foi viajar, fez compras, conheceu muitos outros rapazes, visitou muitos lugares, foi morar na praia, comprou outro carro, mobiliou sua casa, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe faltava nada, bebia cerveja com as amigas sempre que estava com vontade e ninguém mandava nela.
O rapaz ficou barrigudo, careca, o pinto caiu, a bunda murchou, ficou sozinho e pobre, pois não se constrói nada sem uma MULHER.
FIM!!!