Gente, definam tortura. Se você foi à Gambiarra na Pachá este final de semana, você sabe do que eu estou falando.
Tudo começou na entrada, uma hora para pegar uma comanda escrita a mão com seu nome e o valor da entrada. Mas até aí tudo bem, a gente vai encontrando os amigos na fila e ainda tá com energia e na expectativa de uma boa balada. Uma vez lá dentro, conseguir uma bebida era uma tarefa digna de Missão Impossível. Você tinha que rezar pra que o barman fosse com a sua cara e pra que, depois de pegar sua tão sofrida bebidinha, nenhum cliente desesperado não te derrubasse na ânsia de ocupar seu lugar junto ao balcão. A música estava razoável, mas nada de especial, a animação dependia do nível alcoolico do ocupante da pista de dança. Pessoas como eu que não enchem a cara por que dirigem, não pareciam assim animadas.
O ponto alto foi a saida. Me senti num abatedouro! Haviam apenas 4 (sim quatro) caixas disponíveis para pagamento com cartão, sem contar que a soma das comandas era feita a mão. Uma loucura, considerando que a Pachá é lugar pra milhares de pessoas. Eu entrei na fila para pagar minha comanda às 5h45 da manhã e saí de lá por volta das 7h e 30. Só não foi pior porque depois de quase 1h e meia de espera, peguei minha comanda, juntei meu dinheiro com o da minha amiga e paguei no caixa reservado para pagamento em espécie, peguei meu carro, fui até um caixa eletronico e voltei para resgatar a pobre que estava já quase desmaiada de cansaço e sede, já que fecharam os bares e as pessoas não tinham nem agua para beber. Havia ainda umas 100 pessoas na nossa frente quando voltei para buscar minha amiga.
O momento mais triste da noite nesta fila não foi só o desrespeito aos clientes, mas a violência de alguns seguranças que espancaram com uso de um cacetete um casal de rapazes por estarem se beijando. Gente, aquilo era uma festa Gambiarra, que normalmente atrai um grande público gay, não fez o menor sentido aquela violência. Mesmo que a balada fosse predominantemente hetero (o que não era aquela noite), nada justifica aquele tratamento. Fiquei chocada e entristecida. Quem estava na fila ficou sem reação e com medo de fazer qualquer coisa e apanhar também. Triste.
A Gambiarra é uma boa festa, mas infelizmente, não deve ser realizada em lugares como a Pachá, onde os públicos são tão diferentes, onde predomina uma visão de mundo careta, retrograda e que não condiz com a harmonia, a mente aberta e o espírito de diversão do pessoal que frequentava a festa nos tempos de Hotel Cambridge.
Espero que a organização da festa tome mais cuidado ao escolher o próximo local. Troféu Abacaxi pra Gambiarra na Pachá.
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