Sentada à mesa da sala de jantar do meu apartamento numa manhã fria de inverno, saboreava uma xícara de café enquanto lia A Arte de Amar de Erich Fromm. Sempre gostei de meditar a respeito do amor e sua influência na minha vida. As pessoas tendem a se concentrar no amor romantico, mas se pode amar a tudo e a todos, o que é um sentimento bem raro.
Eis que surgiu caminhando pela minha pagina 35 uma formiga. Como se faz com as formigas, meu impulso foi esmagá-la, jogá-la pra longe porque, afinal, meu livro nao é lugar de formiga. Mas tive pena. Parei e fiquei observando seu caminhar pela página.
Para frente, para os lados, com seu corpinho vermelho e suas antenas agitadas ela procurava alguma coisa. Ao chegar à margem do livro parou, como que notando um abismo, e recuou dando voltas, procurando seu rastro.
Nao matei a formiga, amei aquele bichinho que veio me fazer companhia e que me lembrou como somos parecidas. Me vi caminhando assim, tonta, buscando meu proprio rastro. E assim como a formiga, que sumiu quando fui buscar outra xícara de café, eu também vou sumir um dia, sem deixar rastro.
O que me resta então senão amar? Amar a pessoa amada, a minha família, meus amigos, o meu cão, a minha casa, as pessoas, o trabalho, o dia, o sol, a chuva, o frio, o calor, o bom e o ruim. Amar pois só o amor faz da vida uma experiência humana, faz as pessoas sentirem o bem e quererem se aproximar de Deus.
Sigo então buscando o amor, pois como diz o ditado popular "" Só o amor constrói"e mesmo sendo só formiga, ainda pretendo ser gente.
(Tati Sister)
Um comentário:
Quem nunca teve o seu dia de admirar uma formiga...?
Quando colocamos o respeito em qualquer coisa, mesmo uma formiga, aquela coisa cresce de tamanho e o que antes nem existia em nossa vida passa a ser de grande importancia, a tal ponto que nos tornamos incapazes de fazer mal a ela...
bjoss sis
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